O projeto do Governo que pede autorização à Câmara para que os R$ 26 milhões que seriam usados na compra da Fábrica Ypu sejam destinados a um pacote de obras – que contempla uma praça em Olaria, ciclovia, duplicação da Avenida Brasil, cobertura da Rodoviária Urbana e a conclusão das obras do Hospital Raul Sertã, entre outras – deve ser votado na sessão desta terça-feira, 19.
Contudo, no que depender do esforço da oposição, a votação não acontecerá hoje. Nomes como Professor Pierre (PSB) e Welington Moreira questionam o que eles chamam de ‘pressa’ do prefeito, Renato Bravo (PP), em colocar a proposta em votação.
E mais: a oposição diz que com a forma como está sendo conduzida a tramitação do projeto, a Câmara pretende dar um ‘cheque em branco’ ao Governo. “É um absurdo mandar um cheque em branco para a Câmara sem discussão prévia. Estou perplexo”, disse Pierre, que defende a realização de uma audiência pública antes da análise do texto em plenário.
Welington, por sua vez, colocou em xeque a postura dos vereadores da base do Governo. “Espero que, no futuro, se houver superfaturamento nas obras, ou se o dinheiro for gasto de forma errada, que eles também sejam ‘crucificados’ por isso”, disparou.
Já Zezinho do Caminhão (PSB) chamou o projeto de ‘aberração jurídica’. Segundo o parlamentar, o pacote de obras é uma ‘grande ilusão’. O vereador não poupou críticas. “Ou o prefeito não vai concluir as obras ou serão de quinta categoria”, disse, frisando ser contrário à proposta.
Outro lado
O líder do Governo na Câmara, Christiano Huguenin, rebateu. De acordo com ele, os vereadores da oposição fazem estas críticas (sobre a suposta pressa e o cheque em branco) porque querem o ‘protagonismo’ da ação do Governo. E mais: o parlamentar ressaltou que o prefeito tem a prerrogativa de decidir onde e como vai utilizar o recurso.
“A gente (Câmara) não tem como interferir nisso. O prefeito definiu as obras e já disse o que vai fazer. Então, a oposição diz que há pressa, faz todo este tumulto, mas vai votar a favor do projeto”, prevê Christiano.
O líder do Governo foi além e defendeu que a votação seja feita hoje. “O projeto tem urgência urgentíssima. A gente sabe como está o Hospital, as pessoas na rodoviária e a demanda dos ciclistas. Esse não é um projeto do Renato ou da Câmara, mas da cidade”, frisou.