Quem anda de ônibus em Macaé todos os dias paga barato pela passagem, graças ao subsídio milionário pago pela Prefeitura mensalmente à concessionária, mas tem uma lista grande de reclamações sobre o serviço prestado pela SIT. Na Câmara Municipal, o assunto é pauta recorrente de discursos de alguns vereadores.
O líder da oposição, por exemplo, afirma que é preciso “abrir a caixa preta” do transporte público em Macaé. De acordo com Marcel Silvano (PT), está cada vez mais clara a força e influência política no Estado de empresários que comandam o setor. Aliás, o petista foi enfático ao chamar de “cartel” a atuação das empresas e ao dizer, em plenário, que “a SIT é o braço” dessa operação na cidade.
“Eles atuam como um cartel e visam seus interesses e lucros. Em contrapartida, a população continua refém de um serviço de qualidade baixa e preços altos.
A Operação Calicute tem buscado expor as relações da cúpula empresarial do transporte no Rio, com o Governo do Estado, municípios, poderes legislativos e órgãos de controle, como o TCE”, recorda Marcel.
O vereador foi além e disse que, dos investigados, a suspeita de que um dos executivos da 1001, segundo ele “dona do disfarçado consórcio SIT, teria articulado os encontros com conselheiros do TCE para que fizessem vista grossa em ações e contas que envolvessem a Fetranspor.
“Na verdade, o que é claro, é que aqui também temos um histórico de governos que não conseguem planejar e buscar melhorias estruturais para essa concessão pública. Isso passa por licitação, concorrência pública, definir novas parâmetros, linhas, exigências de melhorias das frotas, e de todo sistema, que inclui terminais e pontos de ônibus, não permitir a dupla função”, elencou.
Para Marcel, existe uma subordinação política dos governos aos empresários do transporte, quando deveriam buscar atender a expectativa da população. “Isso se comprova no absurdo aditivo, no apagar das luzes, literalmente às escuras, que o prefeito deu à SIT, garantindo o monopólio do transporte até 2025”.