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Brasil

Mais de três milhões de trabalhadores pediram demissão voluntária no primeiro semestre, aponta Firjan

Um fenômeno mundial de demissões voluntárias pode ter chegado ao Brasil, trazendo reflexos também no Norte Fluminense – região que é polo acadêmico-científico no interior do Rio. O estudo “The ‘Great Resignation’ chegou ao Brasil? Uma radiografia dos desligamentos voluntários no país”, produzido pela Firjan, constatou que, no primeiro semestre deste ano, ocorreram 3,5 milhões de demissões voluntárias em todo o país.

Este fenômeno mundial conhecido como “The Great Resignation” – ou ‘A Grande Renúncia’ –, e que ganhou relevância a partir da pandemia de Covid-19, diante da escassez de insumos para produção, paralisação das atividades, altas taxas de desemprego e a introdução e difusão do trabalho remoto (home office).

No primeiro semestre deste ano, a quantidade de brasileiros que pediram demissão bateu um recorde histórico: um em cada três (34,5%) contratos encerrados aconteceram por iniciativa do próprio funcionário – um crescimento de 34,6% quando comparado ao mesmo período do ano passado.

“Este fenômeno traz novos desafios para o setor produtivo no que se refere à captação e retenção de talentos nas empresas, podendo afetar o planejamento das empresas, que precisam não apenas repor uma vaga, mas também treinar um novo funcionário e aguardar que ele atinja toda a sua maturidade produtiva”, disse o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira.

Segundo o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, historicamente sempre existiram inúmeros fatores que levavam um trabalhador a pedir demissão, desde questões pessoais à busca por novos desafios profissionais e maiores remunerações. Mas as mudanças nas relações de trabalho, aceleradas pela pandemia e pela transformação digital nas empresas, introduziram novas regras ao jogo.

“A preferência por novas modalidades de trabalho, a globalização do mercado de trabalho – com a possibilidade de profissionais brasileiros atuarem em empresas estrangeiras sem sair do país – e um desejo crescente por maior equilíbrio entre trabalho e a qualidade de vida são algumas delas”, avalia Goulart.