A qualificação profissional tem sido amplamente discutida em Macaé nos últimos meses. E na última terça-feira (2) o tema entrou na pauta dos vereadores durante a sessão realizada na Câmara Municipal. Na ocasião, o parlamentar Denis Madureira (Republicanos) apresentou um requerimento solicitando ao poder público que avalie a abertura de novos cursos de capacitação, especialmente para o setor de óleo e gás.
De acordo com o vereador, o mercado ainda carece de mão de obra especializada. Denis citou em especial a carência de profissionais para plataformas e embarcações em alto-mar. O requerimento 289/2025 citou de forma específica os cursos de Primeiros Socorros Offshore (CPSO), Manobra e Combate de Incêndio de Aviação (MCIA), Bombeiro de Aviação (Bombav), Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC 100) e o treinamento obrigatório para transporte aéreo de produtos perigosos (RABC 175).
O parlamentar também explicou que devido às novas exigências da Petrobras, algumas funções específicas estão encontrando maiores dificuldades para ingressar no mercado de trabalho. Nesse contexto ele citou como exemplo taifeiro, encarregado da limpeza e manutenção das instalações da cozinha, e o paioleiro, responsável pela gestão dos depósitos de materiais e de provisões.
“Isso acontece mesmo quando eles já têm os cursos de salvatagem e T-HUET, que também são obrigatórios para os trabalhadores embarcados”, disse Denis o vereador se referindo ao Curso Básico de Segurança de Plataforma (CBSP) e ao Tropical Helicopter Underwater Escape Training.
Para Denis, se a intenção do governo é preparar a população para assumir as vagas que estão sendo abertas na cidade, a iniciativa seria de grande auxílio. “Essas capacitações têm um custo bastante elevado para quem está desempregado. Se esses cursos forem ofertados, os moradores da cidade terão condições de competir com os que vêm de fora”, afirmou.
Também durante a sessão, a vereadora Leandra Lopes (PT) sugeriu que seja realizado um levantamento com o objetivo de verificar quais os profissionais e setores estão sendo mais requisitos pelo mercado. “Isso tornaria a qualificação dos moradores mais efetiva. Pois, assim como são necessários os trabalhadores da cadeia do petróleo, não podemos esquecer dos que atuam no setor de serviços. Há uma grande demanda por profissionais no comércio e hotelaria, por exemplo. Estou falando do garçom, da atendente de farmácia, recepcionista e tantos outros”, explicou Leandra.
Edson Chiquini (Cidadania) destacou que há cerca de 800 vagas de emprego não preenchidas na Secretaria de Trabalho e Renda de Macaé. “Está faltando mão de obra na cidade. Faltam atendentes, açougueiros, padeiros e outros. Isso quer dizer que precisamos olhar também para o mercado onshore”.
Luciano Diniz (Cidadania) reforçou que, em conversa com diversos segmentos, detectou a demanda por profissionais de padaria, como confeiteiros. “Com o aquecimento da economia e a projeção de crescimento da cidade nos próximos anos, acho que se justifica qualquer investimento nesta área. Meu desejo é que possamos gerar oportunidades para todos”, finalizou.