Carregando...

BrasilMacaé

Macaé: Welberth quer colocar município como protagonista no Brasil na fabricação de fertilizantes a partir do gás

A guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe ao mundo – e, em especial, ao Brasil – uma preocupação até então desconhecida pela maioria das pessoas: o risco de desabastecimento de fertilizantes. Esses compostos químicos são utilizados na agricultura convencional para aumentar a quantidade de nutrientes necessários para o solo e, consequentemente, garantir um ganho de produtividade.

Para se ter uma ideia da importância do assunto, o Brasil é atualmente o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo (atrás apenas de China, Índia e Estados Unidos) e o maior importador mundial desses insumos comprando da Rússia 85% do que utilizamos para garantir nossa produção agrícola – que tem a soja como principal cultura consumidora de fertilizantes no país.

Somada com o milho, a cana-de-açúcar e o algodão, somente essas quatro culturas absorvem mais de 90% do fertilizante produzido ou importado pelo país. Só em 2021, foram mais de 40 milhões de toneladas do produto consumidos no Brasil.

Os fertilizantes podem ser de origem orgânica, mineral ou organomineral. Contudo, os mais utilizados são aqueles produzidos com nitrogênio (N), fósforo (F) e potássio (K), conhecidos como NPK – os três macronutrientes mais importantes para a nutrição das plantas.

De acordo com a Associação Internacional de Fertilizantes (IFA), a produção desses compostos é responsável por 94% do consumo de energia de toda produção de fertilizantes. As principais matérias primas de combustíveis utilizadas são o gás natural (73%) e o carvão mineral (27%).

Capital dos fertilizantes

E é por isso que o prefeito de Macaé, Welberth (Cidadania), em Brasília esta semana, deu o pontapé inicial para colocar o município – um dos maiores produtores de gás do Brasil – no protagonismo também da fabricação de fertilizantes no país.

“Nos últimos 40 anos, o Brasil ficou sem uma política estratégica para o setor de fertilizantes e de insumos agrícolas em geral”, explica o chefe do Executivo macaense. Como consequência direta disso, ainda segundo ele, a cadeia de fertilizantes encolheu 33% nos últimos 20 anos, enquanto a demanda explodiu 400% nesse período.

Em sua visita à Capital Federal, Welberth se reuniu com o chefe da Emprapa Solos, José Carlos Polidoro, e articulou uma visita da equipe técnica do órgão ao município, no dia 9 de março, para avaliar o potencial de uso do gás produzido na cidade e a atração de empresas do setor para a fabricação de fertilizantes em Macaé.

“A dependência brasileira de importações de fertilizantes pulou de 20%, há 20 anos, para os atuais mais de 80%. Para o Brasil, que depende do agro, isso é um risco muito grande, chega a ser uma questão de segurança nacional e alimentar”, disse Polidoro em entrevista recentemente.