Macaé: de olho no futuro, Welberth quer usar royalties do petróleo para impulsionar agro e indústria de fertilizantes

Macaé: de olho no futuro, Welberth quer usar royalties do petróleo para impulsionar agro e indústria de fertilizantes

Conhecida nacionalmente como a Capital do Petróleo, Macaé vem traçando nos últimos anos um novo rumo para sua economia. O município, que cresceu à sombra da indústria petrolífera e abriga a maior base operacional da Petrobras no mundo, quer agora usar os recursos dos royalties para diversificar suas fontes de receita e fortalecer o agronegócio local. A grande aposta é na instalação de uma fábrica de fertilizantes nitrogenados, um projeto considerado estratégico para o país.

Durante sua participação na Offshore Week 2025, no Rio de Janeiro, o prefeito Welberth Rezende (CID) destacou o papel da agricultura como nova força motriz de Macaé. “A agricultura tem sido nossa menina dos olhos, bancada inteiramente pela indústria do petróleo”, afirmou. Segundo ele, a cidade — que já é o maior produtor de grãos do Estado do Rio de Janeiro — está pronta para unir tecnologia, gás natural e produção agrícola em um mesmo ecossistema de desenvolvimento.

Welberth revelou ainda que a Prefeitura estuda entrar como sócia investidora na futura fábrica de fertilizantes, aproveitando o potencial do polo de gás natural do Tecab, um dos maiores do Brasil. As negociações com a Petrobras envolvem principalmente as condições de preço do gás, insumo essencial para a produção. “Já estamos discutindo o modelo do projeto com o governo federal e com o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), buscando garantir um gás mais barato”, adiantou o prefeito.

De vila pesqueira a polo agroindustrial

A transformação de Macaé é um retrato do novo momento econômico da cidade. Antes uma vila de pescadores, o município se tornou sinônimo de petróleo e gás, recebendo investimentos bilionários da Petrobras — apenas o programa Promar deve movimentar mais de R$ 130 bilhões na Bacia de Campos. Projetos como Peregrino e Raia também ampliam o fluxo de gás para impressionantes 60 milhões de m³ por dia, criando as bases energéticas para novos empreendimentos.

Agora, a meta é equilibrar essa força com o campo. Além da liderança na produção de grãos, Macaé também se destaca como maior produtor de gado confinado do estado. A prefeitura quer direcionar parte dos royalties para financiar cadeias produtivas agrícolas e fomentar a empregabilidade, com previsão de 7 mil novas vagas em 2025. “O emprego é nosso principal projeto social”, destacou o chefe do Executivo.

Os resultados desse novo ciclo já começam a aparecer em outras áreas. A cidade investe em infraestrutura, segurança e sustentabilidade, com índices de criminalidade em queda superior a 90% nos últimos três anos. Projetos como a moeda social Macaíba, a criação de um corredor ecológico de 18 km e o fortalecimento do comércio local mostram que os royalties do petróleo estão sendo transformados em qualidade de vida para os macaenses. E, ao que tudo indica, o futuro de Macaé será tão fértil quanto seu solo — e tão estratégico quanto seu petróleo. A conferir!