Uma cena lamentável chocou moradores de Casimiro de Abreu nos últimos dias. A prefeitura decidiu aterrar com barro os trilhos da antiga Estação Ferroviária — um dos maiores símbolos da história e do desenvolvimento do município. A denúncia foi feita pelo jornalista Rodrigo Barros, do Blog e Podcast Os Bastidores, que classificou o episódio como “um absurdo digno de registro”.
De acordo com a reportagem, as justificativas apresentadas pelo Governo Municipal variam. Há quem diga que a medida seria uma “proteção” contra furtos das peças metálicas. Outras versões falam na criação de um estacionamento ou até mesmo de um espaço para eventos. O fato é que, independentemente da intenção, enterrar um pedaço da história de uma cidade jamais será justificável.
A reação popular foi imediata. Moradores e admiradores da história local se revoltaram nas redes sociais, criticando duramente a gestão do prefeito Ramon Gidalte (PL). A pressão foi tanta que a Prefeitura voltou atrás parcialmente, retirando parte do barro e recolocando as pedras britas que compõem o visual original dos trilhos. Mesmo assim, o estrago já estava feito — a lateral de um dos trilhos segue aterrada, deixando marcas físicas e simbólicas do desrespeito à memória cultural casimirense.
A antiga Estação Ferroviária, que integrou a Estrada de Ferro Leopoldina, foi peça fundamental no crescimento do antigo povoado de Indaiassú, nome original de Casimiro de Abreu até 1925. Hoje, o prédio abriga a Casa de Cultura da cidade e mantém viva a lembrança de um tempo em que os trilhos traziam progresso, histórias e sonhos.
Mais do que um erro administrativo, o episódio expôs um problema profundo: a incapacidade de muitos gestores entenderem que preservar é respeitar. O passado de uma cidade não é obstáculo ao futuro — é o alicerce dele. E quando uma prefeitura decide soterrar sua própria história, o que está enterrando, na verdade, é o orgulho de seu povo.