A interdição da plataforma FPSO Peregrino, na Bacia de Campos, anunciada semana passada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), vai afetar diretamente os repasses de royalties para Cabo Frio e Arraial do Cabo. A medida foi tomada após auditoria apontar falhas graves de segurança e equipamentos degradados na unidade, que não foram corrigidos mesmo após solicitações desde 2016. A paralisação, prevista para começar em outubro, coloca em alerta a economia local e força os governos municipais a se ajustarem rapidamente.
Em Cabo Frio, a perda estimada chega a cerca de R$ 40 milhões até o final do ano. Para amenizar o impacto, a prefeitura anunciou uma série de medidas de ajuste fiscal: redução de 20% em todos os contratos municipais, suspensão e cancelamento de eventos custeados com recursos próprios, diminuição no número de secretarias e cargos comissionados, além de uma reestruturação administrativa para equilibrar o orçamento. Mesmo com esses cortes, a prefeitura garante que os serviços essenciais e os salários dos servidores serão mantidos.
Já em Arraial do Cabo, embora a participação nos royalties seja menor, também haverá impacto na arrecadação. A cidade se prepara para ajustar seus planos orçamentários e administrativos, de modo a manter os serviços básicos funcionando enquanto enfrenta a redução nos repasses de agosto e setembro, previstos para outubro e novembro. Há ainda a possibilidade de redução ou suspensão da Participação Especial, caso a produção na plataforma não seja retomada dentro do prazo previsto.
A interdição da FPSO Peregrino deixa claro o quanto a economia local depende do petróleo e dos royalties. Em ambos os municípios, as medidas adotadas pelos governos são uma tentativa de amenizar o choque financeiro, garantindo que a população continue recebendo serviços essenciais, enquanto se busca uma solução para o retorno da produção da plataforma.