Após reunião em Brasília, Rio das Ostras pode se livrar dívida que impede investimentos federais

Após reunião em Brasília, Rio das Ostras pode se livrar dívida que impede investimentos federais

Em reunião com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), nessa semana, o prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto (PL), anunciou uma importante medida para o município, sobre o financiamento da dívida herdada de gestões anteriores.

De acordo com a prefeitura, a dívida previdenciária, considerada o “Serasa” dos municípios, representa um grande problema, pois impede a cidade de firmar convênios e termos, além de captar recursos dos governos estadual e federal.

Para Carlos Augusto, o encontro, realizado em Brasília, durante a participação do prefeito em um evento do governo federal que reuniu os vencedores e vencedoras das eleições municipais de outubro de 2024, foi considerado positivo.

“Quero agradecer, desde já, ao ministro Lupi, primeiro por nos receber. Nós temos a expectativa e a esperança de conseguir um parcelamento para os servidores da Prefeitura de Rio das Ostras na questão da previdência”, contou Carlos Augusto.

Em vídeo publicado nessa semana, sobre o encontro, o ministro Carlos Lupi, que também é presidente nacional do PDT, afirma que a busca pelo financiamento da dívida é justa, e de maneira bem-humorada, acrescenta que, para o Ministério, é melhor receber parcelado do que não receber.

“O que você trouxe é legítimo. Primeiro, você quer equacionar o problema para pagar os funcionários que se aposentam, que têm direito à sua pensão. Então, você recebeu uma dívida, depende só agora da Câmara [Federal] aprovar, e vai ser aprovado, para botar para 300 meses o pagamento dessa dívida. Falei aqui e repito, eu prefiro receber um pouquinho todo mês do que não receber nada. Então é bom para a previdência, e é bom para o município também, e com isso, você equaciona”, afirmou Carlos Lupi.

Questionada pela nossa reportagem, a Prefeitura de Rio das Ostras esclarece que a dívida citada pelo prefeito na reunião no Ministério da Previdência Social é de aproximadamente 3 milhões de reais, herdada de gestões anteriores.

Segundo o Rio das Ostras Previdência (OstrasPrev), a dívida tem origem na não aplicação, entre 2018 e 2024, de uma legislação de 2017 que dispõe sobre o regime próprio dos servidores do Município de Rio das Ostras, prevendo a alíquota de 14% sobre a parcela acima do teto do Regime Geral.

“As prévias do cálculo indicam que, considerando a Câmara Municipal, a Fundação de Cultura (FROC), o SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) e a Prefeitura, a dívida gira em torno de R$ 3 milhões”, revelou o município. Já sobre o parcelamento citado pelo ministro, a prefeitura explicou ainda que aguarda a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que tramita na Câmara Federal, que permitirá o parcelamento de dívidas previdenciárias em até 300 vezes ou 25 anos, ampliando em muito o prazo atual, que é de 60 meses.

Porém, a prefeitura revela que já tem pronto um projeto de lei para ser enviado à Câmara Municipal solicitando autorização para que o município possa fazer o parcelamento da dívida, mesmo sem saber ainda em quantas parcelas.

“De qualquer forma, Rio das Ostras já está com um Projeto de Lei Municipal pronto para autorizar que o município parcele a dívida. A quantidade de parcelas vai depender da aprovação ou não da PEC”, completou o governo.

Segundo o site do Senado divulgou nessa quinta-feira, 13, a expectativa é que a PEC 66/2023, já aprovada pelos senadores, avance também na Câmara, que instalará uma comissão especial para analisar a matéria.

O compromisso teria sido firmado pelo próprio presidente da Casa, deputado federal Hugo Motta (REPUBLICANOS-PB), durante o Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, realizado em Brasília, nessa semana, com a presença do presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (UNIÃO-AP), e do presidente Lula (PT-SP)