A Firjan considera que, em meio a um cenário de juros elevados e deterioração das condições de crédito, o resultado do PIB do Brasil – divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – surpreendeu ao registrar crescimento de 1,9% no primeiro trimestre de 2023 frente ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Grande parte desse avanço é explicado pelo desempenho do setor Agropecuário, que cresceu 21,6%, impulsionado principalmente pelas safras recordes de grãos. Além disso, o setor de Serviços contribuiu positivamente, com uma alta de 0,6%. De fato, a supersafra de soja, a resiliência do mercado de trabalho e as transferências governamentais serviram para contrabalancear o declínio da Indústria (-0,1% ante trimestre anterior), especialmente dos segmentos de transformação e construção.
Apesar do avanço do PIB brasileiro no primeiro trimestre, a Firjan ressalta que os efeitos defasados da alta taxa de juros e a expectativa de desaceleração global tendem a prevalecer como vetores negativos para a atividade doméstica em 2023. Diante desse cenário, torna-se urgente a criação de um ambiente de negócios favorável para as decisões de investimento e produção. Nesse sentido, a materialização do novo arcabouço fiscal e a busca pela aprovação de reformas, como a tributária, desempenharão um papel fundamental para a queda da percepção de risco e abrirão caminho para um ciclo sólido de redução da taxa de juros.