O clima esquentou na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa do Rio, a Alerj. A vitória, que já era dada como certa de Rodrigo Bacellar, do PL, está ameaçada pela revolta de opositores e até mesmo de aliados do próprio partido, que devem lançar o nome de Jair Bittencourt, também do PL, à presidência.
Deputados do PL, o partido de Bacellar e do governador Claudio Castro, do PT, do atual presidente da Alerj André Ceciliano, e do PSD, do prefeito Eduardo Paes, se revoltaram com a condução de Bacellar. Eles avaliam que o político de Campos dos Goytacazes é explosivo e agressivo nas negociações e que teria teto de vidro por supostos envolvimentos pouco republicanos com empresários. Também incomodou os nomes dos parlamentares que estão aliados a Bacellar na formação da chapa, entre eles, Rodrigo Amorim – do PTB – cotado para assumir a Comissão de Constituição e Justiça caso Bacellar vença.
Bacellar é o atual secretário de Governo de Claudio Castro. E o governador tem trabalhado pela vitória dele na Alerj. Mas hoje teve uma discussão com a executiva do PL, por ter entendido que seu desejo não foi respeitado. Jair Bittencourt, que deve ser lançado à Presidência, assumiu no mês passado a secretaria estadual de Agricultura.
O convite fazia parte de um jogo de xadrez que Castro achou que estava ganhando. Há bastante tempo, Bittencourt, que é de Itaperuna, pretende ser presidente da Assembleia. Quatro anos atrás, abriu mão da candidatura para apoiar André Ceciliano e ficou com a primeira vice-presidência. Ao nomeá-lo para a Agricultura, Castro e seu grupo político acharam que o caminho ficaria livre para Bacellar.
Agora ao que tudo indica Castro pode levar xeque-mate. Os parlamentares acreditam que Jair Bittencourt é um deputado de mais diálogo.