Ministério Público quer que prefeitos do Norte Fluminense apresentem comprovação técnica que justifique barreiras sanitárias

Ministério Público quer que prefeitos do Norte Fluminense apresentem comprovação técnica que justifique barreiras sanitárias

Não bastasse o fechamento das cidades mesmo sem números de internação ou mortes por Covid-19 que justifiquem medidas drásticas, prefeitos do Norte Fluminense passaram a adotar, nas últimas semanas, barreiras sanitárias que, além de não possuirem eficácia alguma comprovada, provocam caos no trânsito e uma verdadeira sensação de caos nos municípios.

Contudo, a ‘farra’ deve acabar. Pelo menos no que depender do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. O MP, por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Campos dos Goytacazes, emitiu na última sexta-feira, 8, recomendação aos municípios de Campos, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra comprovem a ‘adequada motivação para justificar a adoção de barreiras sanitárias como medida para a redução dos impactos à mobilidade urbana em razão de um cenário de restrição de circulação, como forma de combater a propagação do novo coronavírus (Covid-19)’.

O órgão quer que os prefeitos apresentem embasamento técnico e informações estratégicas em saúde para legitimar os atos decretados nas cidades. De acordo com o texto, ao longo dos últimos dias, municípios e o próprio Estado vêm adotando medidas restritivas, fundamentadas no poder de polícia, que autorizam a restrição do direito de propriedade e liberdade individuais, em prol da preservação de direitos fundamentais de toda a comunidade, sobretudo à saúde e à vida.

O MP lembra que, embora as restrições possam ser instituídas por decreto municipal, os gestores devem comprovar, inclusive por meio de relatório técnico com registro fotográfico, o prévio planejamento para a colocação das barreiras; a divulgação delas à população afetada; a implantação de sinalização viária, indicando rotas alternativas ou direções a serem seguidas pelos usuários das vias terrestres; a existência de agentes municipais capacitados e equipamentos técnicos adequados, entre outras informações.

Outra recomendação do MP aos prefeitos é apresentar a existência de recomendação técnica e fundamentada da Vigilância Sanitária (Nacional, Estadual ou Municipal) para a restrição excepcional e temporária da locomoção intermunicipal.