A repercussão do escândalo envolvendo o professor de Língua Portuguesa, Thiago dos Santos Conceição, que sofreu diversas agressões em sala de aula no Ciep Municipalizado Mestre Marçal na última terça-feira, 18, está longe do fim. O vídeo que circula na internet viralizou e o caso virou notícia em todo o país.
Nesta sexta-feira, 21, em entrevista ao Bom Dia Brasil, Thiago desmentiu a nota divulgada pela Prefeitura que informava que o município estava oferecendo todo o apoio ao professor após o caso se tornar público.
“Sem nenhum apoio, eu fui chorando à Secretaria de Educação. Cheguei muito abalado. Pediram que eu fosse à Ouvidoria, fiz a denúncia e não conformado fiquei na Secretaria aguardando que alguém falasse comigo. A subsecretária me atendeu e falou que era muito triste aquele situação e que na escola não teria vaga. A solução era sair da escola”, disse.
Ainda na entrevista, o professor afirmou não estar recebendo o apoio psicológico que a Prefeitura anunciou. “Ontem, a subsecretária ligou pra dizer que está dando total apoio psicológico, sendo que isso não está acontecendo. Eu não posso voltar a Rio das Ostras porque nas ameaças os alunos pediram pra eu tomar cautela e pra eu ter cuidado pra não amanhecer morto”, resumiu.
De acordo com Thiago, a ausência de representantes da direção da escola na sala de aula mostra o descaso com a situação. “Nessa escola, em especial, diretor fica responsável pela parte administrativa. Nunca recebi a visita de nenhuma diretora em sala de aula”, lamentou.
Polícia e MP entraram no caso
Hoje, a Polícia Civil abriu inquérito para apurar a humilhação sofrida pelo professor. Segundo as primeiras informações, quatro alunos foram identificados. O Ministério Público Estadual também entrou no caso por meio da Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude da Comarca de Rio das Ostras.
Por O órgão disse que um dos estudantes é maior de idade e, por isso, vai comunicar o fato à Promotoria de Justiça Criminal, que possui atribuição para crimes cometidos por maior de idade.