Macaé recebeu na última terça-feira (26) o Seminário “Agosto Lilás”. Realizado com a temática “Violência contra a mulher: o silêncio que mata”, ele trouxe reflexões, diálogos e informações relevantes sobre o tema. Ao longo do dia, o evento recebeu técnicos, especialistas, lideranças, estudantes do Colégio Municipal Ancyra Gonçalves Pimentel e aliados no enfrentamento à violência contra a mulher. A programação também foi organizada na data em que foi celebrado o Dia Internacional da Igualdade Feminina.
Durante o seminário foi realizado um intercâmbio de informações entre os participantes, que apresentaram conhecimentos em prol do fortalecimento da rede de apoio e prevenção. Também foram discutidas diretrizes de enfrentamento à violência e escuta das mulheres, garantia a proteção e os direitos das mulheres e a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), legislação brasileira que visa coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
O pontapé inicial do seminário foi dado pela Secretária de Políticas para as Mulheres, Quelen Rezende, que representou o Prefeito de Macaé, Welberth Rezende. Estavam presentes a Defensora Pública Titular do órgão de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica de Macaé, Ana Clara Cardoso Correia; a Tenente do 32° BPM – PMP (Guardiães da Vida), Thaís Melo; Bárbara Bezerra, diretora do Sindipetro/NF; e Andreza Oliveira, técnica e assistente social CEAM; e a vereadora Leandra Lopes.
Quelen Rezende abriu o Seminário saudando as participantes. “As vítimas de violência merecem atenção especial. São mágoas que marcam uma vida. Não estamos pedindo nada demais. Diálogos como estes são essenciais para construir e implementar políticas que atendam as mulheres, principalmente as vítimas de violência”, pontuou.
Durante o painel integrado “Mexeu com uma, mexeu com todas”, Bárbara Bezerra destacou a importância da programação. “É necessário que se tenha rodas de conversas e reflexões sobre a violência contra a mulher. A Lei Maria da Penha está aí. Temos que lutar. Ainda existem situações em que a mulher ganha menos que o homem e que a empresa não deseja contratar mulher com curso técnico”, pontuou.
A vereadora Leandra Lopes incentivou as participantes: “Temos que encorajar umas às outras a denunciar. Os casos de violência contra mulher acontecem e precisam ser mostrados. A mulher que está em situação de vulnerabilidade precisa denunciar. Este encontro é importante para traçarmos e debatermos nossa contribuição diante da causa das mulheres”, disse Leandra.
Já Ana Clara Cardoso Correia lembrou que Macaé conta com o Ceam, e que a Defensoria Pública sempre está à disposição das mulheres. “Os registros estão aumentando. O que importa é o acolhimento e o acesso aos registros. A Defensoria Pública atende de segunda à sexta, das 12 às 18h”, explicou.
Se destacando entre com o público mais jovem por ter menos de 30 anos, Thaís Melo levou orientações sobre a lei, elencou estratégias e cuidados com as vítimas. “O Ceam acolhe, mas a Polícia Militar tem o papel de reprimir”, disse. Andreza Oliveira esmiuçou o atendimento do Ceam e a importância do serviço social e psicologia na vida das vítimas da violência doméstica. “O acolhimento é a prioridade do nosso trabalho, independente se a mulher denunciou ou não, tem medida protetiva ou não”, comentou.
A roda de diálogo: Machismo estrutural e o papel dos homens na luta pelo fim da violência contra as mulheres marcou o encerramento da programação. Ministrado por Gedir Manoel, da Patrulha Maria da Penha/Guarda Municipal; Marcello Santos, psicólogo – Grupo Refletir; e o mediador Sérgio Borges, coordenador geral do Sindipetro/NF, o momento foi elogiado pelos participantes, que tiveram a oportunidade de assistir ao debate que contou com questionamentos da plateia, opiniões, apresentações sobre a história profissional dos palestrantes diante da “Maria da Penha”.
“Tenho irmãs, filha e esposa. Atuar na Patrulha Maria da Penha foi um divisor na minha vida. Sou Guarda Civil Municipal há 25 anos e trabalho há sete anos na Patrulha. O nosso foco é a humanização”, comentou Gedir, ao também apresentar dados sobre casos, reincidência, recorrência, questão do ciclo de violência, legislação e registros reais de ligações solicitando suporte e socorro de mulheres vítimas de violência e crianças em defesa das mães.