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Cabo Frio: Enel tenta despejar seis mil famílias de área invadida há décadas e quer que Prefeitura pague a conta. Entenda!

Uma das muitas chamadas ‘heranças malditas’ em Cabo Frio, o imbróglio envolvendo a Enel e cerca de 6 mil famílias que invadiram e ocuparam a Rua da Torre, em Tamoios, é um daqueles nós sociais que o atual Governo está sendo obrigado a lidar com o ônus. Pelo menos, no que depender de parte mais raivosa da oposição ao prefeito, Dr. Adriano (Rede).

Isso porque, a área pública que pertence ao município, mas é de uso concedido à Enel, tem famílias morando, em alguns casos, há quase 50 anos. Entretanto, pressionada sobre a segurança no local, a empresa ingressou com ações de despejo individuais. E até agora dezenas já transitaram em segunda instância com ganho de causa à concessionária.

Os riscos de acidentes por conta da torre de energia, de fato, são enormes. Outra verdade, contudo, que precisa ser restabelecida é de que a fiscalização às invasões ao longo dos anos cabia (e cabe) à Enel. E vale ressaltar ainda que a própria empresa induziu as pessoas ao erro de ocuparem o lugar ao instalar relógios nas casas – com a permissão da Prefeitura, em gestões anteriores. 

Os riscos à saúde das pessoas são reais – sobretudo, para as crianças. Pesquisas apontam que os casos de leucemia podem aumentar em até 70% por conta da proximidade e exposição aos cabos e a torres energizados. Além disso, de uma hora para outra, as ações da Enel podem colocar nas ruas seis mil famílias causando um verdadeiro caos social -para os moradores e para a Prefeitura. 

No último domingo, 28, representantes da Prefeitura e vereadores participaram de uma reunião com moradores da Rua da Torre. O objetivo agora é encontrar caminhos legais, administrativos e sociais para solucionar o problema das famílias despejadas pela Enel e por milhares de outras ameaçadas a perder suas casas a qualquer momento.

“Precisamos separar o ‘joio do trigo’: uma coisa é a responsabilidade da Enel com a segurança das pessoas que moram ali há décadas; outra é de forma arbitrária aceitarmos que seis mil famílias percam seus lares sem qualquer planejamento. O Governo está estudando a melhor forma de ser parceira dos moradores”, disse Dr. Adriano ao Blog.